Antes do mais, importa explicar o que é a taxa de esforço e para que serve.
A taxa de esforço é uma ferramenta usada para calcular o nível de endividamento, tendo por base o rendimento familiar. Ou seja, não é mais do que a divisão dos créditos pelo rendimento.
Exemplo prático:
A família cardoso tem um rendimento de 2500,00 mensais com as seguintes responsabilidades:
Crédito auto: 150,00
Crédito casa: 400,00
Crédito pessoal: 82,00
Total: 632,00
Taxa de esforço da família cardoso
632,00 / 2500,00 = 25%
Tendo por base a taxa de esforço, a família Cardoso tem uma taxa de esforço abaixo da indicada como aconselhável.
Porque a taxa de esforço não deve ultrapassar os 35%? A taxa de esforço calcula apenas a percentagem que os créditos têm sobre o rendimento familiar, mas aos créditos acrescem outras despesas referentes ao quotidiano, como água, luz, gás e até mesmo transporte e alimentação, já não considerando outras despesas como por exemplo escola dos filhos. Tudo isso causa esforço no orçamento familiar, considera-se que os 35% é o valor máximo para que a família possa fazer face às outras despesas sem sobre esforço e ainda tenha alguma capacidade de aforro.
Atualmente já não é calculada apenas a taxa de esforço, mas sim a DSTI (Debt Service-to-Income), permite incluir outras variáveis que não só os créditos para calcular a capacidade de endividamento do cliente. Esta ferramenta foi criada para complementar a taxa de esforço e com isso evitar o sobre endividamento das famílias.
No caso do crédito habitação com o alargamento do prazo para os 40 anos, muitos dos clientes terão uma parte do seu crédito a pagar estando reformados, logo com um rendimento menor, ao calcular apenas a taxa de esforço à data de contratação ela não reflete a sobrecarga após reforma, a DSTI por sua vez tem na variável o tempo e o decréscimo de rendimento na reforma, tornando mais realista o poder de endividamento a longo prazo.
Claro que cada caso é um caso e também devem ser considerados outros fatores, como por exemplo o disponível financeiro, tendo isso em conta o aconselhável são os 35% mas não deve ultrapassar os 50%
Atualmente existem mecanismo ao alcance das famílias que permitem reduzir a taxa de esforço, como por exemplo: negociar os créditos (aumentar o prazo reduzir a mensalidade) ou o crédito consolidado, nesta última opção em vez de renegociar as dividas, junta os créditos num só, passando com isso a uma única mensalidade menor.
Exemplo prático:
A família teixeira tem o rendimento mensal de 2000,00 e os seguintes créditos:
Crédito automóvel: 200,00
Crédito de casa: 450,00
Crédito pessoal: 300,00
Cartões: 100,00
Total: 1050,00
Logo a família Teixeira tem uma taxa de esforço de 52%, acima do máximo e bastante acima do recomendado. Agora vamos consolidar os créditos da família. Têm em créditos um total de 40.000,00 (incluindo o automóvel os pessoais e até os cartões). O importante para esta família é reduzir ao máximo as mensalidades para começarem a poupar para a faculdade do filho, assim sendo como vamos apenas consolidar podemos estender o prazo até aos 120 meses.
40.000,00 em 120,00 mensalidade 590,59
Com esta consolidação a família ficou com uma taxa de esforço de 29% e uma poupança de 459,41 mensais.
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